Universos narrativos: dos livros para as telas para os livros

Todos já ouvimos falar de algum livro que virou filme. É o que mais acontece. Desde grandes clássicos como O Poderoso Chefão até novos sucessos, vide as incontáveis adaptações dos romances best-seller de Nicholas Sparks.

O que queremos falar hoje vai um pouco além. E os filmes que foram adaptados de uma outra história e, então, ganharam uma adaptação para livro? Se perdeu? Vamos a um exemplo notório, 2001: Uma Odisséia no Espaço. O atemporal filme dirigido por Stanley Kubrick em 1968 foi baseado no conto “The Sentinel” de Arthur C. Clarke, que também atuou como roteirista do filme. Logo após o lançamento nas telonas, Clarke publicou um livro de mesmo nome, que foi desenvolvido juntamente com Kubrick durante a produção do filme. E assim, temos um livro que inspirou um filme que inspirou um livro.

Cada vez mais há espaço para a exploração de universos narrativos multimídia, que extrapolam os confinamentos tradicionais de cada forma de arte. Uma mesma história pode alcançar os ratos de biblioteca, os gamers, os cinéfilos. Quem sabe alcance até mesmo os noveleiros.

Atualmente, não podemos falar de universos narrativos sem pensar na Marvel, que cultiva há décadas um complexo emaranhado de histórias no mundo dos quadrinhos e conseguiu com ambição ímpar trazer essas narrativas para as telas, tornando em sucessos de bilheteria filmes com um “dever de casa” de mais de 20 títulos para assistir previamente. Foi o caso de Vingadores: Ultimato. Agora, chega ao Brasil sua adaptação para livro, Vingadores – O Destino Chega, que será distribuído em formato impresso pela editora Excelsior e digitalmente por nós, da Bibliomundi.

E, é claro, quando falamos em multimídia o assunto não se resume a filmes e livros, livros e filmes. Expandir um universo a esse nível significa também entrar no mundo dos quadrinhos, das graphic novels, dos jogos, que por si só se expandem em uma multitude de possibilidades, desde os saudosos jogos de tabuleiro até games de ação para consoles de última geração. O que importa é alcançar o máximo de possibilidades narrativas e interativas, tornando cada vez mais próxima a conexão com o público. E, por sua vez, aumentando o público também.

Um aspecto interessante e vantajoso dos universos narrativos multimídia é o quanto eles inspiram pessoas a experimentar o novo através do velho. Em outras palavras, quando você já é apegado a um universo, mesmo que você nunca tenha lido um livro antes e tenha um certo receio de começar agora, você já sabe que aquela é uma boa história. E você quer saber mais sobre esse universo. E assim nascem novos leitores. Ou, quem sabe, novos gamers. Novos cinéfilos. Novos maratonistas de séries.

Um exemplo interessante, que vai um pouco além do conceito de “universo narrativo”, é a história em quadrinhos Umbrella Academy. Até então, nada demais, certo? Errado. O criador dessa história é ninguém mais, ninguém menos do que Gerard Way, vocalista do My Chemical Romance, uma das bandas mais influentes do movimento emo. E, por causa da legião de fãs da banda, o quadrinho teve uma boa recepção desde o começo. Graças ao talento de Gerard e do ilustrador Gabriel Bá, a série também conquistou elogios de figurões da indústria, como Neil Gaiman e Grant Morrison. Recentemente, a HQ foi adaptada para série, e assim o ciclo continua. Quem sabe com tudo isso o caminho inverso se faça e alguns nerds se tornem emo? É possível.

A essa altura, talvez você, autor independente, esteja se perguntando: “e eu com isso?” Entenda como uma sugestão de autopublicação. Expandir os horizontes é possível. E começando ao publicar ebook, sua história pode virar uma websérie, pode virar uma história em quadrinhos. Pode virar um filme. Pode ser premiada em festivais, cada prêmio para uma versão diferente. Você pode ir muito longe. E não há motivo algum para parar aqui.

E aí, autor? Para onde sua imaginação vai levá-lo agora?

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