Ter as melhores ideias para transmitir através de uma história não é o suficiente se você não souber como fazer isso. Por isso, é tão importante praticar para que sua escrita se torne cativante e sua trama conquiste o leitor.
Uma trama envolvente desperta nossa curiosidade logo nas primeiras linhas da narrativa. Nosso envolvimento com o texto é tanto que nos esquecemos que estamos lendo, e sentimos que estamos vivendo aquela história. Um escritor habilidoso consegue proporcionar essa experiência.
Eis a definição de trama no dicionário:
– Sucessão encadeada de acontecimentos e peripécias à volta do assunto principal de um romance, uma peça de teatro ou de outra narrativa ou obra de ficção. = ENREDO, ENTRECHO, INTRIGA, URDIDURA
– Diz-se do enredo de uma novela ou filme, feito para dar sentido às ações e criar emoção no espectador.
A trama pode ser comparada com uma teia de aranha.
Nessa teia, cada fio tem uma importância na história, contribuindo para que, no final, tudo esteja interligado. Se você, autor independente, tem dúvidas sobre como criar uma trama envolvente e criativa, saiba que isso já ocorreu com vários escritores de sucesso, ainda mais no ramo da autopublicação. Atualmente, diante da bomba de conteúdos aos quais somos expostos todos os dias, há uma urgência em apresentar um diferencial que distingue a sua trama das outras.
Mas, calma: é tudo uma questão de praticar suas habilidades e escrever histórias surpreendentes para encantar seus leitores.
Para começar, tenha em mente que o principal ponto da trama é ter uma ideia central, e cada personagem deve ter um início, meio e fim. A partir desse tema, dessa ideia central, o autor independente cria um resumo que vai servir como a base da construção da história, para posteriormente serem acrescentados os detalhes. Mas, procure prever o final o quanto antes, para não se enrolar no desdobramento da trama.
A partir dessas informações, você criará as ligações entre os personagens, graus de parentesco, quais as experiências de vida de cada um, seus anseios e quaisquer características deles que façam sentido e relevância para a trama.
Agora você precisa unir os pontos da trama. Uma forma de fazer isso com mais facilidade é escolher uma estrutura que condiz com o resumo que você, autor independente, fez lá no início. Alguns exemplos de estruturas são:
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Inimigo Público Comum
O autor revela que tanto ele quanto o público têm um inimigo em comum. Uma força opressora que vai causar danos graves se nada for feito. É neste momento que você aponta para ele e convence as pessoas a abraçarem a sua causa.
1. A estrutura do inimigo público comum:
2. Se você não é um dos nossos, então você está contra nós;
3. Os segredos que “eles” não querem que você saiba;
4. Não é sua culpa (mesmo que talvez seja!);
5. Você claramente não é um deles.
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A Jornada do Idiota
É uma forma de contar sua história do ponto de vista dos erros. Com isso, você não só irá se conectar ao personagem, como também vai inspirá-lo a lutar por seus sonhos.
A estrutura da jornada do idiota:
1. Comece antes com a sua luta e dificuldades;
2. Lembre-se de como era no início, antes de você saber o que você sabe;
3. Seja autêntico! Não tenha medo em contar suas histórias e mostrar seus erros;
4. Incentive os outros a fazerem mais e melhor;
5. Mas nem sempre foi assim…
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A Jornada do Semelhante
Neste formato você cria semelhança com o personagem. Ambos possuem os mesmos sonhos, medos e desejos.
1. A estrutura de nós somos parecidos:
2. Eu sou bastante parecido com você (eu entendo você);
3. Temos os mesmos sonhos, aspirações, medos e frustrações;
4. Como eu encontrei a solução;
5. Como ou porque você decidiu compartilhar a solução com os outros.
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A Jornada do Herói
Joseph Campbell revela em seu livro “Herói de Mil Faces”, o modelo de narrativa que ele identificou em seu estudo sobre os mitos mundiais do herói, que basicamente todos eles são a mesma história, contada e recontada infinitas vezes, em infinitas variações.
A estrutura da jornada do herói:
1. Vida normal até que surge o chamado para a aventura;
2. Recusa/Resistência ao chamado;
3. Encontra o mentor e aceita a missão;
4. Enfrenta diversos problemas e obstáculos;
5. Prepara-se para uma grande mudança;
6. Supera os desafios;
7. Com sucesso, retorna a vida normal inspirando os demais.
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A Pirâmide de Freytag
Esse tipo de estrutura se faz presente principalmente nas peças de Shakespeare, como “Romeu e Julieta”. No esquema de Freytag, os atos se sucedem da seguinte maneira:
1. Introdução: o espectador/leitor é apresentado a uma situação “X”. Nessa situação, seremos apresentados às partes protagonista e antagonista;
2. Elevação da Ação: algo irá ocorrer para que essas partes entrem em choque;
3. Clímax: o choque/conflito ocorre, marcando o ponto em que nenhuma das partes poderá retroceder;
4. Declínio da Ação: uma das partes se sobressai à outra;
5. Dénouement: essa expressão em francês, que significa “desatar”, “desenlace”, a resolução em si.
A construção de uma trama pode parecer complicada
Por isso, uma ótima dica para desenvolver suas habilidades é criar tramas diversas, utilizando métodos diferentes, improvisando ou planejando. Crie sequências de ações para prender a atenção do público e criar movimento. Por exemplo, em vez de contar diretamente qual foi o resultado alcançado pelo personagem da história, tente especificar as ações percorridas por ele.
Em suma:
Criar uma trama de sucesso é uma arte.
Trama é o enredo criado para dar emoção e sentido à história.
Tenha a ideia de sua história com início, meio e fim, mesmo que seja parcialmente.
Utilize uma estrutura para te apoiar na criação da trama.
Leia livros do seu gênero preferido e procure entender qual estrutura foi utilizada.
Uma trama criativa e rica é aquela que suga a atenção do leitor, surpreendendo suas expectativas, por isso, jogue-se de cabeça na sua história e aproveite para esmiuçar cada detalhe dela!
E aí, autor? Que tal começar hoje mesmo a sua trama envolvente?