Você, autor, já se pegou pensando sobre qual seria o segredo para escrever um best-seller? Bom, se perguntarmos para a maioria das pessoas, ninguém sabe qual livro será o próximo sucesso. Porém, o que sabemos, é que o universo dos livros mais vendidos não é tão aleatório (ou incompreensível) quanto se pensa.
São os livros mais vendidos que ajudam alguns escritores a construírem suas carreiras contando histórias, e é através deles que ficamos cada vez mais próximos do entendimento sobre como os leitores interagem com esses livros, tornando-os campeões de vendas.
No Brasil, um livro torna-se best-seller ao vender entre 50.000 e 100.000 exemplares em 1 ano. A literatura brasileira está repleta de livros que nos conquistam logo na primeira página. Entre os maiores representantes, estão “Dom Casmurro”, do célebre Machado de Assis, e “O Alquimista”, de Paulo Coelho, com mais de 150 milhões de exemplares vendidos.
Afinal, o que torna um livro um best-seller?
Há um valor literário que se coloca muito forte nessa ideia. Pensar best-seller é pensar que há a literatura como arte e a literatura como mercado, de forma conjugada.
Algumas características facilitam no reconhecimento. É comum que muitos deles já sejam concebidos, desde o início do projeto editorial, para venderem muito, para se comunicarem com um grande público. Eles já têm, por exemplo, uma estrutura textual baseada nas frases curtas, diretas, de grande poder de comunicação, nas frases que sintetizam pensamentos, para alcançar um público vasto. E, além da estrutura, um enredo bem planejado, que “acerta na mosca”.
Escritores são observadores natos, e é natural que eles coloquem no texto tudo que eles observam sobre a condição humana. No entanto, apesar de ser uma empreitada intelectual muito interessante, para o mercado o que importa é o foco na história, ela deve levar uma profundidade, com narrativa mais rápida, um tópico principal e tópicos secundários que servem para aumentar a carga dramática da história.
Faz parte do projeto editorial de um best-seller um título bem chamativo, que seduza vários tipos de leitores, e uma capa feita para conquistar o consumidor. Muita gente decide uma compra de livro em questão de pouquíssimos minutos, seja pelo título, ou pela capa. Ou seja, nem sempre tem um conteúdo extremamente interessante ou relevante. Sua estrutura estética também conta muito.
Best-sellers também recebem um bom orçamento e uma boa campanha de marketing. O envolvimento do autor com os leitores, a interatividade e o compartilhamento via redes sociais, que ajudam muito a vender. O marketing é essencial, sempre.
Não existe aleatoriedade na produção de um best-seller
O que existe, é toda uma prática editorial por trás dele. Além disso, costumamos achar que o best-seller é uma literatura feita para as massas, logo, tem pouca qualidade, o que não é verdade.
Há também aqueles livros que conseguem se comunicar muito bem com a atualidade, e que conseguem vender ao longo de muitos anos, até décadas, como “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, ou “O Guarani”, de José de Alencar, por exemplo. São livros que são campeões de vendas por muitas (e ótimas) razões.
Os leitores têm preferências por determinados termos, tramas e traços, que definem crucialmente o sucesso de um livro. O DNA comum entre os best-sellers é criar um realismo e uma identificação. Cenas de química entre personagens, laços familiares, por exemplo, são cenas onde há uma proximidade humana, conversas íntimas e comunicação não-verbal, e eles são os indicadores para a fama de um livro.
Os best-sellers possuem histórias originais que nos envolvem, nos fazem imaginar, sentir, discutir, pensar e sentir empatia. Como exemplos, citamos “O Alquimista”, de Paulo Coelho, e “Dom Casmurro”, de Machado de Assis.
Paulo Coelho é uma pessoa bastante polêmica, mas não há como negar o seu impacto na literatura brasileira. “O Alquimista” (1988) foi o livro mais vendido escrito por um brasileiro, e ainda possui outro recorde: o livro mais traduzido de todos os tempos, para mais de 70 línguas, entrando no Guinness Book. E vendeu mais que “O Senhor dos Anéis” e “O Pequeno Príncipe”.
“O Alquimista” é um livro curto (tem pouco mais de 100 páginas) e de uma temática simples, que conta a história de um pastor em busca de realizar o sonho de encontrar ouro nas Pirâmides do Egito. A ideia central do livro é dizer que quando se quer algo, todo o universo irá trabalhar a seu favor para consegui-lo. O autor usa e abusa de elementos religiosos e mágicos, sendo uma história que transmite lições de sabedoria e moral aos leitores.
Já Machado de Assis, é considerado por muitos o maior nome da literatura nacional, tudo pela sua obra de peso, que narra o contexto histórico brasileiro entre o século XIX e início do XX. “Dom Casmurro” é considerada uma das principais obras dele.
Publicado pela primeira vez em 1899, o livro traz, em suas entrelinhas, o olhar político e social que Machado tinha da sociedade brasileira da época. Isso porque ele faz parte dos escritos do autor que celebram o início do Realismo no Brasil. A história é contada em primeira pessoa pelo personagem principal da trama, Bentinho, e gira em torno de sua vida amorosa. O desenrolar da história, no entanto, não garante um desfecho e cabe ao leitor a tarefa de decidir se Capitu, grande amor de Bentinho, cometeu ou não adultério. É leitura obrigatória para os interessados em se aprofundar na literatura brasileira.
Em resumo, um livro que é sucesso de público tem características narrativas que podemos reconhecer:
- Um enredo bem estruturado
- Personagens cativantes
- Arco dramático que desperta emoções
- Estilo próprio ou característico do gênero literário que ele está inserido
Além disso, um trabalho de marketing e divulgação que pode fazer toda diferença.
Se você, autor independente, leu até aqui e já está ansioso com seu projeto, calma: no fundo, não há fórmulas prontas, nem fáceis. Há, sim, um conjunto de fatores que, somados, podem levar um título à cobiçada lista dos mais vendidos.
Um sucesso pode passar meses na sombra, antes de estourar.
O que não significa que a sua história não tenha potencial. Não tenha vergonha ou medo de críticas e aceitação do público, aliás, pense que essa preocupação não é algo exclusivo do universo editorial, pois ocorre também no universo dos filmes e das séries.
No fim das contas, criar um best-seller é um grande desafio para qualquer escritor. Pesquisas mostram que 92% dos livros lançados no Brasil não vão para a segunda edição em sua história de vida. Porém, esse é um caminho mágico, onde transformar e impactar a vida dos leitores se torna uma recompensa impagável.
O que não vale na hora de criar um best-seller, é você ter receio de se arriscar. A facilidade de publicação e edição dos livros digitais atualmente permitem que um autor lance seu primeiro livro e aprenda a partir dele, para saber se deve alterar algo ou investir mais.
Os acertos e os erros na autopublicação são as chaves para construir a experiência que te levará a um livro de sucesso!
E aí, autor? Que tal começar a escrever seu best-seller ainda hoje? Crie seu livro e compartilhe suas histórias com o mundo!
