Metas de escrita para começar o ano

Semana passada, falamos sobre desejos para o réveillon no campo fantástico da ficção. Agora é hora de arrumar a mesa e falar do que interessa na vida real: que metas você estabeleceu para a autopublicação de livros em 2022?

Sabemos que, nos últimos dois anos, tem sido muito difícil pensar no futuro. Até mesmo o presente tem sido difícil de conciliar. Não vivemos o que queríamos viver, nem tudo está em nossas mãos. Nossas escolhas não determinam tudo. É verdade. Mas sempre existe alguma coisa que podemos decidir.

E quanto mais essa “coisa” estiver enraizada no presente, quanto mais lógica, alcançável, mensurável e positiva, melhor. Essa “coisa” que queremos que você escolha é uma meta. Uma meta para o hoje.

Como somos um blog de autopublicação, pensamos em metas que ajudem autores independentes a publicar livro. Contudo, antes de qualquer coisa, queremos propor uma reflexão:

Por que metas são importantes para escritores?

Nem todo mundo acredita em resoluções de ano novo. E, como já falamos, nesses últimos anos tem sido difícil pensar em objetivos para o futuro.

Mas, pense bem. Não ter objetivos é algo bom? É algo saudável para você? Ou será que é o resultado de uma mentalidade pessimista, niilista, absurdista?

Existem alguns motivos pelos quais nós, da Bibliomundi, acreditamos que ter metas pode fazer bem para você tanto como escritor, quanto como ser humano. De um ponto de vista prático, não ter metas significa que você não tem uma organização para os seus processos de escrita e publicação, nem tem como mensurar o seu progresso.

Um escritor sem metas é um escritor que pode escrever só quando dá na telha, que se sujeita a esperar as visitas da “musa”. Um escritor que, provavelmente, não conclui muitos livros. Um escritor que talvez nem escreva a maior parte do tempo.

Acho que você pode perceber o problema aí, né?

Em contrapartida, um escritor com metas inteligentes (porque nem toda meta é útil, e vamos chegar nesse ponto em breve) é um escritor que sabe quando e quanto tem que escrever para cumprir seus objetivos. É um escritor que não se rende à criatividade. É um escritor que termina o que começou.

Como ser humano, também acreditamos que essas metas nos ajudam a ter um senso de motivação cotidiano, mas mais do que isso. Elas permitem que a gente acorde e decida que hoje temos algo a fazer. Assim, não nos rendemos ao ócio, nem aos sentimentos negativos que com ele vêm.

É importante ressaltar aqui que quando falamos sobre “ócio”, não estamos falando sobre tempo livre que aproveitamos para descansar e nos entreter. Descanso e entretenimento são formas de autocuidado necessárias a todo ser humano.

O ócio ao qual nos referimos é mais um olhar para o teto sem saber o que fazer. É um querer estar em outro lugar, mas sem querer estar em lugar nenhum. É um querer ser alguém, mas não ter energia para sequer se sentir alguém. É o nada flutuando no nada. É uma anulação da ação. Uma negação da subjetividade.

Metas que ajudam a seguir em frente

Okay. Metas são legais. Devemos estabelecer metas para o nosso próprio bem. Mas que metas? E que negócio é esse de nem toda meta ser útil?

Bom, se você acompanha o nosso blog há muito, muito tempo, sabe que abordamos isso algumas vezes. Em específico, há dois anos, antes de toda essa pandemia nos alcançar, fizemos outro post de virada chamado Ano novo, metas novas: um guia para escritores atrasados.

Em resumo, explicamos que para uma meta ter utilidade, ela precisa ser SMART: eSpecífica, Mensurável, Alcançável, Relevante e Temporal. Isso significa que você não deve estabelecer metas vagas, grandiosas e aleatórias. Tudo deve ser voltado para tarefas realistas para o dia-a-dia que sirvam como etapas para alcançar um grande objetivo.

Às vezes, quando pensamos em resoluções de ano novo, por exemplo, colocamos grandes objetivos para cumprir no período de um ano. “Publicar ebook”. “Pular de paraquedas”. “Mudar de vida”.

Tirando o “pular de paraquedas”, que é algo que você pode concluir em um dia, as outras resoluções são um tanto vagas e, na verdade, falam de um processo inteiro que precisa de muitas etapas para ser concluído.

Para que uma meta se torne mais alcançável, o ideal é que você compartimentalize um pouco. Pense em cada passo que você precisa dar para chegar ao objetivo final. Vamos para o exemplo mais simples, que é o paraquedas:

  1. Você precisa encontrar um profissional ou uma agência que ofereça saltos de paraquedas.
  2. Você precisa fazer um orçamento.
  3. Você precisa adquirir o dinheiro necessário para o salto.
  4. Depois, você precisa agendar.
  5. Por fim, é se jogar.

Pode ver como mesmo esse objetivo, que tecnicamente se conclui em um dia só, ainda pode ser dividido em cinco etapas? Tudo pode ser compartimentalizado dessa forma, e a tendência é que sempre fique mais fácil e eficaz concluir seus objetivos quando você assim o faz.

Arrumar a casa? Organize as tarefas em uma lista. Fazer compras? Uma lista. Consegue ver o padrão? Não é diferente com a escrita.

O que você deve fazer é entender qual a sua ambição com a escrita. Você já tem um projeto que quer concluir? Aonde você quer chegar? Seu objetivo é só escrever mais, é publicar, é participar de concursos, é bater metas de vendas? Entenda o que você quer para então pensar no passo a passo para chegar lá. Isso é a relevância.

Para uma meta ser mensurável e alcançável, é legal você encaixar ela na sua rotina. Por exemplo, escrever todo dia por uma hora. Ou escrever por quinze minutos, que seja, se for só esse o tempo que você tem a dispor.

Prazos também são legais. Concluir um capítulo em uma semana, fechar tantas laudas em um mês. Tudo dentro de uma realidade.

O que precisamos que você entenda é que nós temos, sim, muitas sugestões de metas que são úteis para escritores, mas só você pode personalizar esse processo de acordo com a sua realidade. Cada um tem seu tempo, tem seu ritmo.

Uma meta jamais deve servir para você se sentir pior. Isso acontece quando as metas que você estabelece não condizem com a sua realidade. Jamais tente seguir o ritmo do outro.

Olhar para as metas de outros autores pode servir como inspiração, porque sempre temos que começar de algum lugar. Pode ser muito confuso ter que definir isso tudo sozinho. Estamos aqui para que você não se sinta dessa forma.

A diferença entre olhar para o outro como inspiração e não como comparação, é que quando nos inspiramos, aprendemos a tirar dali o que é útil e benéfico para nós. Aprendemos a adaptar de acordo com a nossa realidade, a nos motivar.

A comparação, por sua vez, foca nas diferenças. Ela não necessariamente olha para o outro para ver o que podemos tirar de bom dali. Em geral, quando nos comparamos, criamos uma hierarquia entre o eu e o outro. Um tem que ser o superior. Essa lógica nunca é legal.

Para se inspirar nas metas que sugerimos, temos algumas sugestões de artigos: Metas para terminar um livro e O que é o sucesso. E para aprender a organizar seu dia-a-dia: A importância da disciplina para um autor profissional.

E aí, autor? Você está pronto para começar 2022 com metas novas?

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