A Jornada do Herói: um guia completo para autores

Você sabia que há um padrão nas histórias contadas em todas as culturas do mundo, e que ele se repete nas histórias contemporâneas?

A Jornada do Herói, também conhecida como “monomito”, é um modelo de storytelling muito utilizado, que inspirou desde filmes antigos até programas de televisão.

A fórmula é antiga, mas o conceito em si foi criado por Joseph Campbell, estudioso da mitologia e da religião comparada, que percebeu o quanto a técnica era utilizada nas lendas, fábulas e mitologias, mostrando a transformação de uma pessoa comum em herói.

Em seu livro “O Herói de Mil Faces”, Joseph Campbell analisa também histórias modernas e roteiros de filmes. A ideia é muito simples, conforme definida em seu livro: 

“Um herói vindo do mundo cotidiano se aventura numa região de prodígios sobrenaturais; ali encontra fabulosas — forças e obtém uma vitória decisiva; o herói retorna de sua misteriosa aventura com o poder de trazer benefícios aos seus semelhantes.” 

Se você, autor independente, deseja conhecer mais sobre esse método para aplicar na autopublicação do seu livro, confira as etapas da jornada!

As 12 etapas da Jornada do Herói

Cada etapa conecta com a outra e leva a história adiante, envolvendo o público com o herói, veja só:

  1. Mundo comum: é o começo, serve para contextualizar e mostrar o cenário, onde a história do herói é revelada para o público, como sua vida cotidiana, seus problemas e objetivos de vida.
  2. Chamada para aventura: algo importante acontece ao herói e a aventura começa, um “alarme” dispara tanto para o público quanto para o herói, e o público se identifica com a história. 
  3. Recusa do chamado: este é um estágio temporário, onde o herói se recusa ao chamado para a aventura, por medo, ou inadequação.
  4. Encontro do Mentor: nesse momento o herói precisa de um empurrãozinho, e ele é apresentado a um mentor, que dará a ele o que for necessário para que ele enfrente o desafio.
  5. O cruzamento do primeiro limiar: o herói deixa seu lar e o mundo conhecido, desbravando fronteiras e seus primeiros desafios, marcando uma importante virada psicológica.
  6. Testes, aliados e inimigos: o herói encontra aliados no caminho, e inimigos para enfrentar, além de desafios pequenos, obstáculos que vão testando suas habilidades para preparar o herói para o combate final.
  7. Aproximação da caverna secreta: antes de chegar no combate final, o herói fraqueja, passa por um conflito interno e retorna aos seus medos, inseguranças e questionamentos iniciais. Essa pausa serve para preparar o herói ainda mais para o final.
  8. Provação: aparece um grande obstáculo no caminho do herói, marcando outra transformação psicológica do personagem. A provação é uma espécie de morte pela qual o nosso herói precisa passar para cumprir seu objetivo.
  9. Recompensa: depois de superar o obstáculo, o herói recebe uma recompensa, e o público se comove com a vitória do herói. Mas, sua jornada ainda não chegou ao fim. Ele precisa voltar ao seu mundo como o vitorioso que ele é.
  10. Estrada de volta: o herói parte de volta ao ponto inicial, e a sensação de perigo iminente é substituída pelo sentimento de missão cumprida, de reconhecimento e perdão.
  11. Ressurreição: é o ponto mais alto da história, onde o inimigo do herói ressurge para um novo combate ou conflito ainda maior, quando mais ninguém esperava por isso, nem mesmo o nosso herói.
  12. Retorno: finalmente o herói retorna ao seu mundo comum, e o público entende o significado da jornada. Este é o momento do reconhecimento efetivo do nosso herói. A chegada ao seu local inicial simboliza a sua conquista.

A Jornada do Herói é o “caminho das pedras” para as histórias florescerem

Ela serve para analisar tanto a história de um deus antigo, como a busca de um pai por emprego, ou seja, não importa o tema principal, ela direciona o autor para o sucesso de uma escrita capaz de prender a atenção dos leitores.

A técnica pode ser aplicada até mesmo em textos comerciais, tornando-os muito mais interessantes e menos cansativos. É lógico que a Jornada do Herói não é a única estrutura possível, mas é a que mais se repete com frequência nas histórias.

Caso deseje usar a Jornada com uma boa dose de imaginação, independentemente do que faça, tente começar criando o protagonista, um objetivo para ele e um resumo do enredo. Por aí, você já pode construir uma história forte e baseada nessa estrutura.

Uma ferramenta com tamanho potencial não deve ser desperdiçada pelo escritor, mas precisa ser bem praticada com liberdade criativa, dedicação e atenção. Use e abuse dessa estrutura para iniciar seu primeiro livro e cativar seus leitores!

Com a consciência das etapas desse método, fica muito mais fácil relacionar a Jornada do Herói com filmes e histórias que conhecemos. É surpreendente como uma fórmula narrativa pode funcionar tão bem para prender nossa atenção, não é mesmo?

Embarque hoje mesmo nessa jornada, e publique seu livro com a Bibliomundi!

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