Entrevista com Ricardo Garay – 36linhas

Uma editora ou um negócio empreendedor?  A 36Linhas é uma editora 100% digital que enxerga o potencial da tecnologia aplicada a produção de conteúdo, sem se limitar a rótulos, formatos e meios.

Convidamos seu fundador, Ricardo Garay, para uma bate-bola com o Blog da Bibliomundi sobre negócios e a sua experiência nos caminhos mais hi-tech do mercado editorial.

BM: Como você define a 36Linhas?
Ela nasceu como uma editora exclusivamente digital (fui editor na década de 90 com publicação de hqs impressas, criadas por mim e a experiência com impressos não foi das melhores), então impresso estava fora de questão. No entanto, ao olhar para o que tínhamos (personagens próprios, conteúdos variados: games, e-books, em breve audiobooks, apps, podcast, revistas digitais e videobooks) percebi que nosso negócio/foco é o conteúdo. Temos 2 grandes diferenciais, o primeiro nos tipos variados de conteúdo em 3 idiomas (português, inglês e espanhol), e o segundo o que mais nos diferencia dos outros é o fato de termos personagens próprios (editoras dependem de personagens de terceiros e não os detêm), podemos explorar eles em tudo, licenciamento inclusive, como já fazemos com parceiros como a Zazzle americana e a brasileira Colab55 que oferecem canecas, camisetas, puzzles, e uma infinidade de produtos com nossos personagens.

BM: O que veio primeiro: ser autor, ilustrador ou editor?
Autor por vocação (escrevo desde os 9 anos), ilustrador em seguida por necessidade e editor depois de perceber o volume de conteúdos criados por mim e minha sócia/esposa que precisavam ser publicados, com os lançamentos em alguns dias serão 200 títulos, mas temos quase 2000 para serem produzidos e lançados. Depois disto o que mais iremos criar, quem sabe?

BM: A 36Linhas sempre apostou forte no digital. Quais as mudanças na relação entre mercado editorial e tecnologia nos últimos anos?
Quando produzi o primeiro e-book em 2000 era um executável, que só rodava em computador com windows, a tecnologia claro evoluiu, e mesmo reconhecendo que tecnicamente o formato epub não seja a melhor opção (precisaria escrever um artigo para explicar tecnicamente a questão), a aposta da 36Linhas no digital era algo que desde 2000 eu já acreditava. Mas o que realmente impulsionou a 36Linhas foi existir um ecossistema que em 2000 não existia. Só no inicio desta década é que foi possível ver como seria possível estruturar uma empresa exclusivamente digital, onde você tem lojas virtuais, bibliotecas digitais, distribuidora digital, etc. Então, criar a 36Linhas foi o passo seguinte. Preciso adicionar um comentário relevante sobre um dos pontos críticos do nosso ecossistema, a distribuição; a Bibliomundi tem sido um parceiro extraordinário e digo isto tendo mais de 40 parceiros. Com ela tudo flui de forma eficiente, transparente e sem burocracia. Isto faz diferença também quando você precisa oferecer seus produtos no maior volume de canais.

Acredito que para o ecossistema faltam planos ou ações digitais mais diversificadas, como uma Bienal exclusivamente digital, canais físicos que ofereçam produtos digitais, feiras estaduais digitais, canais digitais diferenciados como sites de farmácias, de venda de eletrônicos e softwares por exemplo. Uma sugestão: canais de venda em redes sociais administrados pela Bibliomundi.

BM: Além de editora, vocês se colocam como produtora de conteúdo e prestadora de serviços. Quais são os principais serviços da 36Linhas? Como encontrar bons parceiros e profissionais para crescer no meio digital?
Nós oferecemos 3 tipos de serviços: serviços editoriais, serviços educacionais e serviços corporativos. Nos serviços editoriais destaco conversão de conteúdos (cursos, treinamentos, artigos etc) em e-books; nos serviços educacionais destaco criação e produção de cursos e nos serviços corporativos destaco treinamentos e cursos para celular e tablet.

Nosso catálogo completo de serviços está aqui.

Já bons parceiros é uma questão de pesquisa (Google e Bing são as melhores fontes) e uma boa dose de sorte.

BM: Momento #dicadoeditor: quais suas dicas para uma editora se manter ativa e atualizada em meio a um mercado em transformação?
Primeiro ter bons produtos, segundo ter um parceiro distribuidor de qualidade, preciso escrever qual eu recomendo? Eu diria que tendo estes dois pontos chaves o terceiro e mais crítico é o marketing/publicidade, este ponto é o mais complexo e por vezes caro de todo o processo.

Ricardo Garay é um entusiasta de tudo o que é tecnologicamente interessante. Publicitário de formação, sua experiência passa por diversos caminhos. Criador e produtor de conteúdo para o SBTonLine. Consultor para Projetos de e-learning e m-learning. Autor e coordenador do curso Internet Business e Web Design para FLATEC e CATEC – Faculdade e Centro Tecnológico. Coordenador do núcleo de produção de cursos na UVB – Universidade Virtual Brasileira (UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI). Desenvolvedor de games e apps mobile. Editor, autor e ilustrador para a editora 36Linhas.

36Linhas é uma editora digital, com serviços de criação, publicação e produção de multi conteúdo. Seu catálogo é composto de: almanaques, romances, guias, livros técnicos, livros didáticos, livros infantis, cursos, quadrinhos, atividades, graphic novels, obras gerais e auto-ajuda.

O nome 36Linhas é uma referência ao primeiro livro impresso (a Bíblia de Gutenberg) que tinha 36 linhas por página.

 

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