Escrever uma autobiografia é o objetivo de muitas pessoas, mas a maioria dos escritores não acredita viver uma vida interessante o suficiente para ser o tema de um livro. Embora o desejo de compartilhar as próprias experiências seja uma característica humana, a tendência é que não enxerguemos as nossas próprias contribuições para o mundo como algo relevante.
Para publicar livro autobiográfico, você não precisa ser uma celebridade, um grande político ou atleta. O seu nome não precisa ser conhecido por todas as pessoas. Basta ser você mesmo, um contador de histórias, uma pessoa com experiências únicas e outras comuns, que pode ensinar algo novo para os outros ou criar uma conexão com os leitores que se identificam com sua vivência.
Um dos principais fatores que desmotivam alguém a escrever uma autobiografia é a ideia de que essa pessoa não tem nada de diferente para contar. Acontece que a vida que você leva não é igual à vida de todas as outras pessoas do mundo. Por exemplo, se você vive no interior, as pessoas da cidade grande em geral não devem saber muito sobre seu estilo de vida, ainda que você tenha muitos vizinhos com vidas semelhantes à sua.
Por outro lado, se você faz parte de alguma minoria que não tem muita representatividade na TV ou na literatura, escrever sobre a sua vivência pode ser uma maneira de conscientizar pessoas e também de se tornar uma voz amiga para quem vive o mesmo que você. Na Bibliomundi, acreditamos que todas as vozes merecem ser ouvidas, e é exatamente por isso que disponibilizamos autopublicação de ebooks gratuita.
Essa desmotivação generalizada na hora de escrever autobiografias também tem muito a ver com o formato desses livros. Em geral, o modelo de autobiografias que as pessoas conhecem contam a vida completa de uma pessoa famosa, começando no nascimento até o momento presente. Nesse caso, realmente é preciso ter um grande nível de curiosidade sobre a vida do indivíduo em si para ler o livro.
Contudo, esse não é o único formato possível. Por isso, hoje vamos ensinar como escrever uma autobiografia sob outra perspectiva: a das memórias. Que tal escrever livros de memórias literárias?
Como escrever uma autobiografia vs. um livro de memórias literárias
A principal diferença entre as autobiografias e os livros de memórias é o foco de cada um. As autobiografias exploram a vida do escritor como um todo, levando em consideração todos os aspectos e âmbitos diferentes, englobando todas as épocas vividas. Esse tipo de livro oferece bastante destaque para informações como data e local de nascimento, casamentos, entre outros.
Os livros de memórias, como o nome sugere, são menos voltados para informações concretas e costumam dar ênfase para apenas um aspecto da vida do escritor. O propósito desses livros não é contar uma vida inteira em detalhes, mas trazer para o papel memórias que têm algum tema em comum. O objetivo, em geral, é transmitir uma mensagem específica.
Você pode escrever um livro de memórias de viagem, por exemplo, ou contar sobre a sua experiência com alguma distúrbio, como a depressão. Pode falar sobre suas memórias de infância, de adolescência, ou até mesmo sobre um relacionamento específico que viveu com alguém. Hobbies, trabalhos, relacionamentos, fases da vida, desafios e superações, tudo isso pode dar um tema para um livro de memórias literárias.
Ao escrever uma autobiografia sob esse viés, você não precisa se concentrar em informações técnicas detalhadas, como sua data de nascimento, e grandes são as chances de seu livro entreter até mesmo uma pessoa que nunca tinha ouvido falar de você. Afinal, um livro de memórias conta histórias, e é isso que as pessoas querem ler.
Temas para escrever uma autobiografia no estilo livro de memórias
É importante escolher um tema para escrever um livro de memórias literárias. Caso contrário, você não terá o foco necessário e acabará escrevendo uma autobiografia inteira, ou até mesmo um livro confuso, que não fica nem lá, nem cá.
E, para escolher esse tema, você deve perguntar a si mesmo:
- Por que eu quero escrever uma autobiografia?
- Para quem eu quero contar essas histórias?
- Quais memórias eu quero compartilhar?
Responder essas perguntas pode não ser fácil, especialmente se tratando de um assunto tão pessoal quanto a sua própria vida, mas é essencial se você quer mesmo escrever uma autobiografia.
Os motivos para você querer escrever uma autobiografia podem ser variados. Pode ser que você tenha sofrido um trauma e precise escrever sobre esse assunto para superá-lo de uma vez por todas. Pode ser que você tenha vivido experiências tão incríveis que sinta que precisa compartilhá-las com o mundo. E pode ser que você simplesmente queira escrever algo definitivo sobre sua vida para a posteridade, como uma espécie de herança familiar.
A resposta da primeira pergunta define a motivação por trás da sua autobiografia e, com isso, o tema. A resposta da segunda pergunta define o público-alvo do seu livro de memórias, uma informação relevante para que você se comunique da maneira correta com os leitores. E, por fim, a resposta da terceira pergunta define as histórias que você deve contar em seu livro para transmitir a mensagem desejada (seu tema).
A estrutura do livro de memórias literárias
Enquanto uma autobiografia costuma ser organizada em ordem cronológica, o livro de memórias literárias pode seguir uma ordem não linear, de acordo com o que fluir melhor para você.
Por exemplo, você pode começar o seu livro com uma história emblemática, que de alguma forma sintetiza o tema do livro, para então apresentar um contexto geral da sua vida e desenvolver o tema aos poucos. Outra possibilidade é organizar o livro de memórias em tópicos, como “Família”, “Trabalho” e “Romance”. É claro, você também pode seguir a ordem cronológica caso se sinta mais confortável dessa forma.
No entanto, apesar dos livros de memória permitirem grande liberdade em termos de cronologia, a estrutura do texto em si exige certa organização. Em geral, é uma boa ideia estruturar o seu livro como se fosse uma redação:
- Introdução – começo do texto, no qual é apresentada o tema e a tese (mensagem que deseja transmitir em seu livro de memórias. Pode ser uma história emblemática)
- Corpo – metade do texto, na qual a tese é sustentada com exemplos e argumentos (os “exemplos” são as memórias, que podem ser apresentadas em ordem cronológica ou não, os “argumentos” são seus pensamentos em relação ao tema e, no caso de um livro de memórias, são opcionais)
- Conclusão – fim do texto, no qual a tese é apresentada de maneira definitiva, já considerando os argumentos e exemplos apresentados (pode ser uma história emblemática)
Repare que não só o corpo, mas também a introdução e a conclusão podem ser apresentados como memórias. Nada impede um escritor de publicar ebook autobiográfico que apenas conta memórias de sua vida, uma seguida da outra, sem apresentar opiniões e divagações sobre esses eventos. O importante é que, para você, as histórias contadas formem essa estrutura e transmitam uma mensagem, que equivale à “tese” do seu livro de memórias.
Escrever uma autobiografia é contar histórias
Um dos grandes diferenciais dos livros de memórias literárias em relação às autobiografias completas é a narrativa. Embora ambos sejam obras de não ficção, o livro de memórias tende a ser muito mais poético, enquanto a autobiografia é informativa.
Por isso, é uma ótima ideia pensar em quais são os elementos da narrativa quando for escrever uma autobiografia no estilo livro de memórias, aplicando esses conceitos para melhor estruturar o seu texto. Use e abuse do seu talento criativo para cativar os leitores, escrevendo com o mesmo empenho que escreveria uma obra de ficção ou até mais.
Pense em cada pessoa que passou pela sua vida e faz parte desse livro de memórias como personagens importantes em sua história. Dê espaço para essas personagens brilharem, pois elas também são responsáveis por você ser a pessoa que é hoje e, com certeza, também contribuíram para que as memórias que você decidiu contar fossem tão interessantes.
Caso você não seja um escritor organizado, que planeja todos os aspectos do seu livro antes de escrever, leia nosso artigo sobre Como fazer um enredo bem planejado e experimente aplicar essas técnicas.
Crie uma jornada emocional para o leitor da sua autobiografia, de modo que cada capítulo, cada página aumente o interesse do leitor pela sua história, até que o livro alcance o clímax. Para isso, escreva de maneira sincera e envolvida, sem se distanciar emocionalmente das histórias que está contando.
Quer descrever a maneira que você se sentiu em determinados momentos? Não apenas diga “Eu estava triste”. Fale de como você reagiu, de como o seu corpo reagiu a esse evento. Uma pessoa extremamente triste pode apresentar sintomas como:
- Tontura
- Enjoo
- Ânsia de vômito
- Dores de cabeça
- Dores no peito
- Dificuldade para respirar
- Dificuldade para raciocinar
- Ataques de pânico
- Vontade de desaparecer
Explore, sem medo, os seus sentimentos mais eufóricos e mais obscuros. Compartilhe suas sensações de maneira genuína com o leitor. Assim, você vai escrever histórias que merecem ser lidas.
E aí, autor? Está pronto para escrever uma autobiografia? Qual formato você prefere: autobiografia ou livro de memórias? Compartilhe sua opinião!
Link permanente
como tenho interesse em escrever o meu livro autobiográfico espero receber boas informações que me ajude a fazê-lo.
Link permanente
Esperamos que nossas dicas tenham te ajudado!
Link permanente
Muito . Tenho longa experiência de vida. 83 anos lúcida e muita vida e aventuras para viver
Link permanente
Tenho interesse em editar minhas memorias como guia de turismo desde os anos 1968
Link permanente
Amei essas dicas já mim vejo escrevendo sempre tive esse sonho mas o medo de colocar em prática era mto grande
Link permanente
Depois terei de pagar alguma taxa se publicar minhas memórias?