Seja você um autor experiente, que escreve todos os dias com o máximo de disciplina, ou um escritor iniciante, que tem dificuldade para botar as ideias no papel e ainda não conseguiu publicar livro… Às vezes, pode ser difícil amar seus próprios textos. Acontece nas melhores famílias.
Amar ou não seus textos não tem a ver com a qualidade do seu trabalho, com seu nível de “talento” ou “técnica” (como você preferir chamar) ou qualquer um desses fatores arbitrários. Sempre existirão autores influentes com auto-estima baixa e autores desconhecidos cheios de auto-confiança. E, às vezes, eles trocarão de lugar. Porque amar ou odiar seus textos também não é uma constante.
É difícil para um escritor ainda não publicado confiar no próprio taco. Leva um certo tempo até se estabelecer uma rotina de escrita, o que contribui para o aperfeiçoamento da técnica e aumento da produtividade. Em suma, é comum que o escritor iniciante tenha medo de escrever e por isso não siga adiante com suas ambições.
Por mais que você ame a ideia de escrever, talvez você se sinta um impostor quando não vê seu trabalho pronto, publicado, lido, aprovado.
Deixe-nos contar um segredo: você não é um impostor. Você é apenas um ser humano. Com sonhos e medo. Com qualidades e defeitos. E às vezes, nos prendemos num loop, onde temos medo de botar a mão na massa porque achamos que o resultado não está a altura das nossas ambições, e justamente por isso nunca treinamos o suficiente para melhorar.
A Bibliomundi é de todos para todos. Nunca se esqueça disso. Seu texto sempre será bem-vindo aqui. A autopublicação é um caminho eterno.
Não deixe seu medo paralisar você. Escreva. Mesmo que fique ruim. Escreva mais, até que pareça bom. Ou, talvez, seu texto nunca pareça bom de verdade para você.
Porque, como já falamos, até os autores mais experientes podem se sentir inseguros. Nesse caso, é uma questão de aprender a reconhecer de maneira racional quando o texto está bom o suficiente ou contar com a opinião transparente de outros autores ou editores.
Contudo, assim como um escritor iniciante não deve se paralisar pelo medo, um autor experiente não deve se estagnar no conforto. Às vezes, começamos a odiar nossos textos porque esquecemos o motivo pelo qual queremos escrever. E, assim, nos deixamos perder.
Por que você escreve?
É só para manter a rotina? Pagar as contas, talvez? É um hobby? Ou é para realizar um projeto pessoal? O que você sente quando escreve?
Por que as pessoas devem ler seu livro?
Não existe uma resposta certa. Mas existe a sua resposta. E ela precisa ser verdadeira. O que te motiva a escrever? Não se trata apenas do impulso mecânico da rotina, mas a sua real motivação.
Talvez, escrever fosse uma forma de diversão que com o tempo se transformou em uma obrigação. Dê dois passos para trás. Desconstrua esse sentimento de obrigatoriedade. Descubra como se divertir escrevendo novamente. Seja livre no seu lazer.
Ou, talvez, a escrita fosse o seu caminho para mudar o mundo. O seu instrumento instrutor, capaz de abrir corações fechados e transformar essa sociedade em algo melhor. E, talvez, seus novos projetos não tenham esse viés transformador. Ou quem sabe você se desiludiu com o mundo mesmo, e sua ambição não faz mais sentido. Pare e pense. Se encontre novamente.
Encontre sua força, seus sonhos, suas ambições, suas motivações, seus desejos, seus prazeres que se escondem em cada palavra que você idealiza e escreve.
E aceite que às vezes é normal mudar. Nossos gostos e ambições mudam. O passar do tempo é experiência, crescimento, mudança. Fases se concluem para dar lugar a outras.
Talvez sua motivação não seja mais a mesma, e está tudo bem. Talvez você queira escrever gêneros diferentes. Tudo bem. Talvez você realmente precise pausar e tirar um tempo para se entender novamente. Tudo bem.
A nossa zona de conforto é algo que construímos com o tempo. Não é necessariamente algo que sempre foi fácil e confortável. Mas se tornou assim. E podemos nos orgulhar do conforto que construímos, mas nos apegar a ele faz mal. Precisamos de riscos para evoluir. Precisamos pisar para além da nossa zona de conforto e explorar novas possibilidades, crescer nessas possibilidades e encontrar novos confortos.
A escrita é uma exploração de novos mundos, novos jeitos de se pensar. Podemos viver assim também. É procurar para se encontrar. Pode ser necessário um passo para frente, testando novas opções, ou um passo para trás, reencontrando motivações esquecidas. Seja para onde for, encontre o seu caminho.
Nós, da Bibliomundi, estaremos esperando você.